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O mau humor e a distimia. Maria Alice Fontes

 

A todo o momento somos expostos a uma avalanche de informações e a constantes pressões para corresponder às novidades do mundo pós-moderno. O ritmo de hoje traz cobranças nos campos profissional, familiar, social e de sobra nos torna cada vez mais exigentes. Dentro deste panorama, assistimos a crescente pressão nos relacionamentos humanos, aumento da irritabilidade e sinais de um grande mal... o mau humor.


Algumas pessoas vivenciam o mau humor de forma tão persistente que os profissionais de saúde mental decidiram classificar esse quadro como uma doença chamada distimia, que em grego significa “mau humor”.

Mas nem todas as pessoas mal humoradas devem ser diagnosticadas como distímicas. A distimia é um transtorno do humor, caracterizado não só pela irritabilidade, mas também por outros sintomas comuns de quadros depressivos como: alterações do sono e do apetite, fadiga, baixa auto-estima, autocrítica acentuada, dificuldades de concentração, problemas com a memória, tristeza, isolamento social e queixas somáticas.

Embora muitos sintomas sejam comuns entre a distimia e a depressão, existem diferenças entre esses dois quadros. A pessoa com distimia vivencia os sintomas de forma mais leve, porém crônica, cuja duração é de no mínimo dois anos para adultos e um ano para crianças. Os sintomas da distimia são menos debilitantes. Por exemplo, dificilmente a pessoa é impossibilitada de trabalhar como ocorre em alguns casos de depressão clássica.

A distimia pode ocorrer já na infância. As crianças com esse problema mostram-se irritadas, pessimistas, deprimidas e têm o desempenho escolar e social prejudicados. Em adolescentes, ainda são comuns o isolamento, a rebeldia e o uso de drogas.

Em muitos casos, a pessoa não reconhece que algo está errado e que isso pode fazer parte de um quadro patológico. Como normalmente o início do transtorno ocorre cedo na vida, ela acredita que essas atitudes e comportamentos fazem parte do “seu jeito de ser” ou de sua “personalidade forte”, e não considera a possibilidade de uma doença do humor que pode ser tratada. E quanto mais precoce o seu início, mais prejuízo trará aos relacionamentos da pessoa.

A distimia é uma doença que afeta a qualidade das relações humanas, pois o convívio com uma pessoa que se queixa de tudo e que enxerga apenas o lado negativo da vida torna-se muito difícil. Imagine uma pessoa que ao assistir a um filme reclama que o roteiro é ruim, a atuação é pobre e a fotografia é de baixa qualidade; que vai a um restaurante e nenhum prato lhe agrada; que num encontro com colegas considera todos os assuntos fúteis e desagradáveis. Enfim, pode-se considerar o distímico como uma pessoa insatisfeita na maioria das situações. O mau humor e a insatisfações ocasionais fazem parte da vida de qualquer pessoa, porém o distímico não pára de se queixar mesmo quando o motivo do mau humor foi solucionado.

Cerca de 6% da população mundial é afetada por esse transtorno. Na idade adulta, as mulheres são quase 3 vezes mais propensas a desenvolver um quadro distímico do que os homens.

O tratamento mais adequado deve ser indicado por um profissional de saúde mental, porém geralmente o paciente necessita da psicoterapia e do tratamento medicamentoso – realizado respectivamente pelo psicólogo e pelo psiquiatra – para atingir resultados mais satisfatórios.

Enquanto a medicação antidepressiva auxilia no equilíbrio bioquímico do cérebro, a psicoterapia pode auxiliar o paciente nas relações humanas e no resgate da satisfação e prazer com a vida. Um dos pontos centrais é o reconhecimento do quadro e a busca de mudanças através da melhora da auto-estima, diminuição do nível de exigência e perfeccionismo em relação a si mesmo e aos outros. Portanto, o objetivo da psicoterapia é fazer com que o convívio do paciente
com o mundo e principalmente consigo mesmo seja mais saudável.


Referências bibliográficas

http://www.xenicare.com.br/pc/obesidade/xenicare/web/de_bem_com_voce/dbcv_distimia
http://www.psiqweb.med.br/deptexto.html

http://www.abcdocorposalutar.com.br/artigo.php?codArt=42
http://www.mentalhelp.com/distimia.htm
http://www.psicosite.com.br/tra/hum/distimia.htm
http://www.emedicine.com/med/topic3120.htm
http://www.nmha.org/infoctr/factsheets/26.cfm

 

 

 

 

 

 

 

 

2006-10-20 00:00:00

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