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Transtorno do Déficit de Atenção pode atingir mais garotas do que se acredita. Maria Alice Fontes

 


O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico que aparece durante a infância.

Pessoas com esse transtorno tem características como instabilidade de atenção, hiperatividade, que é agitação e inquietação e super foco, podendo manter-se horas em algo que gosta.

É um transtorno que é muito estudado em homens, por sua suposta preponderância no gênero, a qual está sendo desmistificada por recentes estudos.

TDAH em meninos e meninas

É muito comum relacionar o TDAH a garotos inquietos e agressivos que têm dificuldade em seguir ordens em uma sala de aula. Contudo, nos últimos anos, estudos têm mostrado que o TDAH também é comum em meninas, muito mais do que se pensava.

Nas meninas, o TDAH pode provocar problemas sociais e acadêmicos, contudo, ao contrário dos garotos, elas tendem a sofrer em silêncio.

Por isso, elas, muitas vezes, não têm um diagnóstico, porque seus sintomas passam despercebidos das pessoas.Tanto é que a proporção entre meninos e meninas com TDAH era de 5 para 1, depois passou de 3 para 1 e hoje muitos estudos mostram uma proporção de 1 para um.

Ou seja, as meninas são tão afetadas quanto os meninos, contudo, de forma diferente, pois, enquanto garotos com TDAH são "elétricos", garotas com TDAH são mais desatentas, desorganizadas e sem foco.

Desse modo, elas apresentam problemas em tarefas que envolvem definição de objetivos, organização e planejamento.

Como estão quase sempre quietas, essas meninas não são vistas por professores ou outros profissionais como alguém com TDAH, pois este está popularmente ligado à inquietação.

Devido a essas dificuldades, meninas com TDAH, de acordo com estudos, têm demonstrado problemas de auto-estima e sensação de desamparo, sendo consideradas até mesmo com depressão.

Em um estudo, 97% das pessoas disseram que conheciam um homem/menino com TDAH. Somente a metade conhecia uma mulher que tivesse o transtorno e 50% disseram que nem sabiam que o TDAH poderia ocorrer no sexo feminino.

Comportamento de garotas com TDAH

Ao serem menos rebeldes que os meninos, as garotas com TDAH tiveram a dificultação do seu diagnóstico, e, consequentemente, do seu tratamento.

Enquanto os garotos causam problemas na escola e em casa, as garotas são mais sonhadoras e tímidas, se esforçando para não chamar a atenção para si mesmas.

Elas frequentemente se esquecem de datas de entrega de trabalhos na escola e tem um ritmo mais lento.

Elas também costumam ter uma fala mais intensa e um discurso mais confuso, pela dificuldade em organizar seus pensamentos.

Em sua adolescência, elas podem tentar compensar sua dificuldade escolar fumando, bebendo e se envolvendo sexualmente.

Muitas mulheres na faculdade que possuem TDAH, por serem muito inteligentes, acabam nunca tendo um diagnóstico. Contudo, quanto mais as exigências sociais progridem, mais elas tem uma dificuldade de adequação.

Elas têm maiores chances de se divorciar, terem crises financeiras, desemprego, desistência dos estudos, transtornos alimentares, desenvolver estresse constante e abuso de substâncias.

O tratamento do TDAH em mulheres

O tratamento do TDAH é multimodal, incluindo psicoterapia e medicação. Quanto mais cedo uma pessoa tiver o seu diagnóstico, mais facilmente ela pode ser tratada.

Quando uma mulher tem a sorte de receber o diagnóstico, ela ainda tem de enfrentar o desafio de haver poucos profissionais no tratamento de TDAH, ainda mais em TDAH em mulheres.

Entretanto, várias terapias focadas em TDAH estão sendo desenvolvidas, trabalhando questões como relações interpessoais e familiares, nível de estresse diário, autoestima e habilidades de gerenciamento de vida.

Essa intervenção é comumente chamada de psicoterapia neurocognitiva, por envolver a Terapia Cognitivo Comportamental e técnicas de Reabilitação Cognitiva.


Referências

CEZAR, Ionara Aparecida Mendes et al . Um estudo de caso-controle sobre transtorno do espectro autista e prevalência de história familiar de transtornos mentais. J. bras. psiquiatr., Rio de Janeiro , v. 69, n. 4, p. 247-254, Dec. 2020 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852020000400247&lng=en&nrm=iso>. access on 17 Apr. 2021. Epub Dec 04, 2020. https://doi.org/10.1590/0047-2085000000290

2021-03-11 00:00:00

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