O termo assertividade pode ser definido como a expressão dos sentimentos e direitos pessoais. Você é assertivo quando consegue expressar, além de seus sentimentos, suas preferencias e interesses pessoais espontaneamente, quando consegue discordar abertamente de ideias diferentes das suas e quando consegue dizer não.
Expressar sentimentos, desejos e vontades de forma adequada é uma importante habilidade pessoal e interpessoal. A assertividade permite que um indivíduo possa responder de forma direta, sem ansiedade, levando em consideração seus direitos de forma confortável e sem negligenciar a vontade dos outros.
Para melhorar sua comunicação, vale conhecer os três estilos básicos de expressão: a) o estilo agressivo; b) o estilo passivo e c) o estilo assertivo.
O estilo agressivo é aquele característico das brigas e desentendimentos, onde a acusação e a ameaça são os principais modos de ação, não demonstrando consideração pelos sentimentos dos outros. Este modo de agir costuma trazer estresse e conflitos devido a perda de controle, com sentimentos de culpa, isolamento, tensão e arrependimentos.
Por outro lado, no estilo passivo, é frequente não se conseguir defesa frente a ataques, ocorrendo a violação dos próprios direitos e a tentativa de agradar os outros, passando por cima dos seus sentimentos. Aqueles que respondem de forma passiva, muitas vezes não conseguem exprimir seus desacordos e são forçados a aceitar as pressões do ambiente de forma desconfortável. Como consequência, sentem-se frequentemente magoadas e aborrecidos.
Já no estilo assertivo, a pessoa expressa os seus verdadeiros sentimentos, consegue se defender e não deixa que os outros se aproveitem dela. Existem várias consequências positivas em ser assertivo: facilidade para resolver problemas, sentimento de satisfação e orgulho de si mesmo, maior sensação de controle e melhor autoestima. Para ser assertivo, além da comunicação verbal é muito importante estar atento a linguagem corporal como: manter contato visual, ter uma postura ereta, falar de forma firme, segura e com clareza.
Pesquisadores descobriram que as pessoas que demostram comportamentos pouco assertivos tem uma crença negativa a respeito de si mesmos. Não acreditam ter direito a opiniões e sentimentos próprios. E mais ainda, não acreditam ter os mesmos direitos dos outros. É frequente que essas pessoas quando crianças, tenham aprendido com seus pais ou cuidadores que suas percepções, opiniões sentimentos e desejos eram menos importantes ou incorretos do que os dos outros. Assim, cresceram com dúvidas quanto a si mesmas, buscando outros para obter orientação e confirmação.
O comportamento assertivo inclui estar aberto para expressar seus desejos, pensamentos e sentimentos e incentivar outros a fazerem o mesmo; ouvir as opiniões dos outros e responder de acordo com seus pontos de vista; aceitar responsabilidades e ser capaz de delegar ações para outras pessoas; conseguir admitir erros e pedir desculpas; manter o auto controle; incentivar os outros, expressando apreciação pelo que que eles fizeram ou estão fazendo.
Mas vale lembrar que aprender a ser assertivo leva tempo e prática. Se você passou anos com dificuldade de se posicionar, tornar-se mais assertivo provavelmente não vai acontecer rapidamente. Você pode aprender a desenvolver o comportamento assertivo a medida que tenha consciência do seu estilo de resposta, para buscar maneiras de mudar.
Se, apesar de seus melhores esforços você não está fazendo progresso em direção a tornar-se mais assertivo, considere iniciar uma Terapia Cognitivo Comportamental. A Terapia pode ajudar na identificação dos pensamentos automáticos, dos sentimentos e das crenças centrais para o treino da assertividade. Alem disso é possível identificar pensamentos e modificar crenças centrais para melhorar seu modo de comunicação, que eventualmente tem trazido sofrimento e desgaste nos relacionamentos.
Antonio Carlos Zogbi Perette é psicólogo na cidade de São João da Boa Vista, SP.
Referencias:
Caballo, V. E. Manual de Avaliação e Treinamento das Habilidades Sociais. São Paulo. Santos Editora, 2012.Davis M., Eshelman E. R., Mckay M. Manual de Relaxamento e Redução do Stress. São Paulo. Summus Editorial. 1996.
Seligman, M. E. P. Florescer: Uma nova compreensão sobre a natureza da felicidade e do bem-estar. Rio de Janeiro. Objetiva, 2011.
http://www.mayoclinic.org/healthy-living/stress-management/in-depth/assertive/art-20044644?pg=2
2015-04-10 00:00:00