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Psicologia, crise financeira e cada um de nós. Bo Williams, Maria Alice Fontes

A crise financeira global que afeta o presente momento tem sido comparada com a Grande Depressão nos anos 1930. Naquele momento histórico a sociedade passou por profundas transformações que acabaram tendo relação com a eminência da Segunda Grande Guerra e a completa remodelação da ordem mundial.

Apesar de pouco compreendida pelo cidadão comum, a psicologia tem uma profunda conexão com o início e manutenção de todas as crises financeiras. A psicologia pós-crise adotada pelos governantes e pelo povo em geral é um dos fatores mais importantes na recuperação de qualquer crise. Será que a sociedade irá sair desta crise com comportamento produtivo e atitude positiva? Ou a sociedade irá vitimizar-se dentro de uma espiral negativa de medo, raiva e apatia enquanto os resultados da crise pioram e se prolongam?

Do ponto de vista pessoal, o que esta crise significa para cada um de nós? Como esta crise afeta cada um emocionalmente? Como interfere nos papéis pessoais, profissionais e sociais?

Dinheiro é Psicologia

Acredito que já tenha escutado o ditado popular: “money makes the world go around”, “dinheiro faz o mundo girar”. Imagine como a junção de todas as expectativas e comportamentos dos seres humanos possam ser capazes de modificar a economia. O comportamento é a verdadeira força motriz dos preços, já que o preço é resultado do comportamento humano. 

Há mais de 80 anos, desde que o lastro do dinheiro circulante não foi mais baseado exclusivamente no ouro, o valor do dinheiro no mercado é governado pelo sistema “Fiat”, que em Latim, quer dizer “confiança”. Neste sentido, o sistema Fiat é baseado somente em confiança e nas expectativas dos investidores nas várias moedas e nos mercados mundiais. 

Há mais de quatro gerações, não é mais o valor do grama do ouro que importa. O que realmente vale é a percepção de risco/custo versus ganho/lucro. Assim são feitas as decisões dos compradores e vendedores que compõe todo e qualquer tipo de mercado.

A especulação é a causa das fantásticas e históricas bolhas e “crashes”, quebras dos mercados. Assim como a produtividade, a sociedade tende a ficar em estado de euforia quando os preços sobem, a sociedade começa a comprar mais, provocando o aumento drástico e irracional dos preços. Com isso, todos querem comprar e se sentir dentro da mesma onda.

Na área da Psicologia dos Mercados este comportamento pode ser chamado de “efeito manada”. Ocorre que alguns começam a correr numa determinada direção, sendo seguidos progressivamente por vários outros de forma irracional, modificando o comportamento dos preços. Tal como na vida selvagem, aqueles que ficam para trás, ou se afastam da manada, arriscam-se a ser devorados pelos predadores. Na psicologia, podemos também observar este “efeito manada”, especialmente nos sentimentos de medo e apreensão que se tornam um pesadelo nos momento de crise.

Assim como mostra a história, outro fator crítico irá iniciar uma reação em cadeia na direção oposta, e as vendas temerosas, podem evoluir para o pânico. A bolha esvazia rapidamente para seu tamanho original, deixando consideráveis danos financeiros e especialmente psicológicos. A perda da riqueza causa medo, dúvida e cada cidadão passa a hesitar, reagir defensivamente, cortar despesas e até queimar seus bens para aguardar apreensivamente os sinais de que a próxima bolha vai começar. Infelizmente, a sociedade sofre suas maiores perdas e regressões durante estes períodos de tormenta.  

Temos observado os desafios psicológicos com a crise e neste panorama, temos a intenção refletir e atuar preventivamente. Retomemos a pergunta: Será que a sociedade irá sair desta crise com comportamento produtivo e atitude positiva?

Se refletirmos que a crise pode trazer oportunidades de aprendizado, devemos acreditar que a atitude em relação ao consumo pode evoluir. É possível que a sociedade tenha uma atitude mais realista, ligada às necessidades reais, abandonando o consumismo desenfreado onde os desejos tem que ser todos satisfeitos, e a falta não pode nunca aparecer. A falta é o motor do desejo, e o ser humano precisa aguentar viver menos satisfeito e mais desejante. É saudável lidar com a falta, conviver com o que não é possível, sem desespero e sem depressão.

Pode ser que cada um de nós seja compelido a fazer uma lista de prioridades e se organizar para o que é mais importante. Neste momento a flexibilidade e a resiliência para se adaptar a uma nova realidade são excelentes exercícios para vencer os obstáculos, por mais fortes e traumáticos que sejam.

A crise pode nos trazer novas oportunidades e devemos estar atentos para enxergar os aspectos positivos em nossa família e utilizar esta experiência para educar nossos filhos com otimismo, administração das emoções, empatia e especialmente com análise do ambiente. Na Plenamente estamos dedicados à promoção da saúde mental e do bem estar e a crise realmente nos parece uma oportunidade!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bo Williams é engenheiro mecânico e nuclear, trader profissional, grafista e professor de análise técnica. Ele é criador da metodologia PhiCube e fundador das empresas Wave3 Research LLC e PhiCube Inc. nos EUA e da Wave3 Ltda do Brasil. 

Maria Alice Fontes é mestre em psicologia e diretora da Plenamente Serviços de Saúde LTDA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2009-03-11 00:00:00

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