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O que é o Bullying

Muitas pessoas já foram ou ainda são caçoadas por alguém, tiveram ou têm  apelidos, sofreram fofocas, discriminação etc. Porém existe um problema muito importante que acontece quando essas “brincadeiras” servem  para  mascarar  uma violência maior, o que caracteriza o bullying. Este é um problema grave ocorrido principalmente nas escolas, que consiste num conjunto de atitudes agressivas, premeditadas e repetidas contra um ou mais alunos, sem motivação aparente. O bullying causa muita angústia e ocorre dentro de uma relação desigual de poder, favorecendo a intimidação de suas vítimas. [1]

Entre as atitudes que definem uma situação de bullying no ambiente escolar, pode-se destacar: colocar apelidos, ofender, humilhar, caçoar, discriminar, excluir, intimidar, perseguir, aterrorizar, dominar, agredir fisicamente, roubar, quebrar pertences, entre outros. 1 Embora as brincadeiras e os apelidos sejam comuns no ambiente escolar, o bullying não deve ser considerado brincadeira de criança nem desentendimentos eventuais entre os colegas.

Esse fenômeno começou a ser investigado na Europa há cerca de 10 anos, quando o suicídio de adolescentes tomou evidência na mídia. 2Estudos mostram que ocorre no mundo todo, podendo  levar suas vítimas ao rebaixamento da auto-estima e até mesmo ao suicídio. Os casos  que terminam em homicídio (visto em muitas escolas, principalmente no Estados Unidos), são raros. O mais comum é a vítima sofrer em silêncio, geralmente por medo ou vergonha. [2]

Os casos de homicídio dentro das escolas que repercutiram na mídia, tanto no Brasil como nos Estados Unidos (por exemplo, a tragédia em Columbine), possuem uma característica em comum: foram praticados por alunos que sofreram bullying por parte dos colegas.

A motivação para a prática do bullying nem sempre é evidente. Um aluno pode ser escolhido para ser vítima devido a alguma característica que o distingue dos demais, por exemplo: diferenças étnicas, o jeito de andar ou de falar, aspecto corporal (muito alto, muito baixo, gordo ou magro demais), etc. [3]

Dentro desse fenômeno, algumas características podem ser destacadas de acordo com o papel que cada indivíduo assume : 1

- alvos de bullying: alunos que só sofrem bullying;

- alvos/autores de bullying: alunos que mesclam suas atitudes; ora sofrem, ora praticam ;

- autores de bullying: alunos que só praticam;

- testemunhas de bullying: aqueles que não sofrem nem o praticam, mas que convivem com o problema.

Na maioria das vezes,  os alvos  são aqueles adolescentes e crianças  que dispõem de pouca ou nenhuma habilidade para lidar com as agressões dos autores. Geralmente são pouco sociáveis e têm baixa auto-estima, que se agrava pelas intimidações causando desesperança quanto à adequação a qualquer grupo. 1, [4] Muitos deles  apresentam queda no desempenho escolar, resistem ou até mesmo acabam se recusando a ir para a escola, fingindo estarem doentes. 1

Os autores são aqueles alunos que causam pouca empatia nos demais, geralmente fazem parte de uma estrutura familiar deficiente, na qual aprendem que seus problemas podem ser resolvidos com a agressividade. Muitos  podem apresentar comportamentos anti-sociais na fase adulta, como delinqüência e criminalidade. 1 Estudos mostram que esses jovens em sua maioria, são usuários de cigarro e álcool, e pertencem aos níveis sócio-economômicos mais baixos. 4

Embora as testemunhas não sofram diretamente com o bullying, muitos se sentem incomodados por conviver dentro desse contexto, porém podem não expressar seu descontentamento por terem medo de se tornarem as próximas vítimas . 1

Os meninos são mais propensos ao bullying, tanto no papel de alvos como de autores. Enquanto os meninos sofrem mais de agressões físicas, as meninas encontram-se mais suscetíveis às agressões psicológicas , como o isolamento do grupo e a difamação. 4 Os resultados de uma pesquisa feita no Brasil, com 5875 alunos do Ensino Fundamental II, mostrou que 40,5% dos mesmos admitiram o envolvimento direto com o bullying, sendo 16,9% alvos, 10,9% alvos/autores e 12,7% autores . 1

Conseqüências

O bullying, quando não assistido de forma adequada, pode oferecer riscos de conseqüências importantes para a escola e os alunos, estejam eles em qualquer um dos papéis já mencionados. A escola pode ficar “contaminada”, pois à medida que não toma providências sobre o problema, outros alunos podem vir a se tornar autores . Os alvos podem não superar o sofrimento vivido, e crescer com sentimentos negativos, reforçar a baixa auto-estima, ter problemas de relacionamento na fase adulta, ou apresentar comportamento agressivo. Em casos extremos, podem tentar ou cometer suicídio. Os alunos autores  podem se tornar adultos agressivos, adotar a prática de violência familiar, ou mesmo apresentar comportamentos anti-sociais, inclusive criminosos.

O que fazer?

 

 

Os pais podem identificar se o filho está sendo alvo de bullying a partir de alguns comportamentos: marcas de agressão física ou ferimentos, roupas rasgadas ou materiais danificados, insônia, agressividade com os irmãos, ansiedade, retraimento, medo de ir a escola, “perda” freqüente de dinheiro e objetos, queda no rendimento escolar, mudanças de humor, evitação em falar sobre o que está acontecendo, tentar ou cometer suicídio. Os pais devem tranqüilizar a criança, NUNCA culpá-la pelo que acontece, elogiá-la quanto à sua coragem de falar sobre o assunto, e entrar em contato com a escola o mais rápido.  1, [5]

A família de crianças que são autores de bullying deve expor que ela está necessitando de ajuda, evitar intimidá-la ou ameaçá-la, pois isso só pioraria a situação, mostrar que a ama, embora não aprove seus comportamentos, procurar saber como pode ajudá-la e se esforçar para isso, dar limites para controlar a situação, ajudá-la a encontrar outras formas de expor suas insatisfações, encorajá-la a pedir desculpas pessoalmente ou por carta, elogiá-la sobre as atitudes positivas que venha a ter. 1

No caso dos pais perceberem que as seqüelas do bullying são muito intensas e a criança permanecer com os mesmos comportamentos, sejam alvos ou autores, a procura da orientação de um psicólogo faz-se necessário para minimizar os efeitos  na vida da criança, e assim torná-la uma pessoal saudável.

 

 

 

 

 

 

Referências bibliográficas


[1] http://www.bullying.com.br

[2] http://www.educacional.com.br/reportagens/bullying/default.asp

[3] http://www.nobully.org.nz/advicek.htm

[5] http://www.bullying.co.uk

2005-09-21 00:00:00

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