A terapia cognitiva é um método cientificamente comprovado de tratamento que funciona de forma eficaz tanto para adultos, quanto para crianças e adolescentes.
Três tipos de intervenção
Diferentemente da psicoterapia com adultos, a psicoterapia com crianças, envolve três tipos distintos de atuação: a intervenção realizada diretamente com a criança, a intervenção realizada com os pais, ou com a família e as orientações e parcerias que devem ser feitas com a escola.
Como as crianças chegam a terapia?
As crianças raramente iniciam psicoterapia por conta própria. Elas são trazidos ao tratamento por seus pais ou familiares, frequentemente encaminhados pelo médico pediatra ou pela escola. Além disso, a noção de "psicoterapia" é quase sempre estranha para as crianças, pois falar de seus próprios pensamentos e sentimentos, tolerar angústia a fim de superá-la, além de praticar experimentos comportamentais de enfrentamento não fazem parte do dia a dia das crianças. O entendimento dos motivos que trazem uma criança a terapia, além do seu próprio engajamento, fazem parte das fases iniciais do tratamento.
O trabalho com os pais
Quando trabalha com os pais, o terapeuta deve ser capaz conhecer com detalhes a estrutura da família e seu sistema de crenças. A atuação com a família envolve tanto a solução de conflitos que estejam relacionados com os problemas da criança, como em forma de orientação psicopedagógica.
Os pais frequentemente precisam de orientações específicas para, por exemplo, evitar as críticas a uma criança deprimida, reconhecer os medos e fobias de uma criança em estado de ansiedade ou auxiliar no controle dos impulsos de uma criança com transtorno de conduta. O direcionamento através da disciplina positiva podem ser muito úteis como formas de mudança de comportamento ao longo do tempo.
O trabalho com os pais aumenta a capacidade de resolverem problemas relacionados ao desenvolvimento das crianças, favorecendo a melhora de comportamentos agressivos tanto em casa, como na escola.
O trabalho com as crianças
Quando trabalha diretamente com a criança, o terapeuta precisa levar em conta as maneiras próprias de pensamento, sentimento e comportamento, que geralmente configuram um “mundo de fantasia”, expresso nos jogos e atividades lúdicas em que a criança se engaja.
O terapeuta deve adaptar seus procedimentos com a criança considerando o estágio específico de desenvolvimento em que ela se encontra, descobrindo e utilizando sua linguagem, entrando em seu “mundo de fantasia”. Em outras palavras, o terapeuta cognitivo no contato direto com crianças trabalha “indiretamente”, através de metáforas e jogos, ajustando cada um deles ao objetivo escolhido para cada etapa do plano de tratamento.
Na terapia cognitiva com crianças é colocada ênfase especial nas brincadeiras, metáforas e jogos comportamentais. Portanto, jogos, histórias, teatro de fantoches, exercícios divertidos e interessantes representam certas "aventuras terapêuticas" que fazem parte do tratamento. Quando os terapeutas conseguem trazer a tona e lidar profundamente com questões emocionais, o tratamento frequentemente decola. Assim, a terapia cognitiva comportamental com crianças não é um exercício intelectual abstrato. Por outro lado, tem foco sobre situações problema reais, orientando os jovens pacientes em direção a solução de conflitos.
O trabalho na escola
Além das famílias, a equipe de cuidados, reconhecendo que a escola representa mais de 80% da vida de uma criança, deve desenvolver uma parceria com os educadores. Assim que o psicólogo tenha o diagnóstico estabelecido e o plano de cuidados planejado, uma visita à escola para saber dos detalhes da vida da crinça se faz necessário.
Os professores e coordenadores tem sempre muito a acrescentar sobre os sintomas psicológicos da criança, sabem detalhes sobre o relacionamento social e e sobre as repercussões pedagógicas dos problemas psicológicos. Desta forma, os programas de orientação e intervenção junto a escola são essenciais para reforçar o planejamento terapêutico que está sendo desenvolvido com a criança. A família, a escola e o psicólogo devem formar uma equipe e os resultados certamente aparecerão com brevidade.
Bibliografia:
Ari Pedro Balieiro Junior. Cognitive Behavioral Therapy in Children. PUCCamp – Unicamp.
Veira Bailey. Cognitive–behavioural therapies for children and adolescents Advances in Psychiatric Treatment (2001) 7: 224-232
http://apt.rcpsych.org/content/7/3/224.full
2012-05-12 00:00:00